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Nova taxação pode gerar arrecadação de R$ 260 bilhões

Nova taxação pode gerar arrecadação de R$ 260 bilhões

 

A proposta de tributar os super-ricos no Brasil ganhou força após um estudo da Tax Justice Network apontar que a implementação de uma taxação progressiva poderia gerar uma arrecadação de até R$ 260 bilhões por ano.

 

A medida sugere  de imposto entre 1,7% e 3,5% sobre grandes fortunas, inspirando-se em  já adotados em países como a Espanha.

 

O Estudo e Suas Implicações

 

O estudo da Tax Justice Network analisou os impactos potenciais de uma taxação global sobre o 0,5% mais rico da população mundial, responsável por mais de 25% da riqueza total. Caso a medida fosse implementada, a arrecadação anual global poderia chegar a US$ 2,1 trilhões. No Brasil, a arrecadação equivalente seria de US$ 47 bilhões, ou cerca de R$ 260 bilhões, considerando a cotação atual do dólar.

O relatório argumenta que a taxação dos super-ricos seria não apenas uma questão de justiça fiscal, mas também uma necessidade ética. Os mais ricos são considerados responsáveis por uma parcela significativa das emissões de carbono, devido ao seu consumo e padrões de investimento. Com isso, a tributação progressiva poderia ser um passo importante para financiar iniciativas de mitigação das mudanças climáticas.

 

Como Funciona a Taxação Progressiva de Fortunas?

A taxação progressiva sobre grandes fortunas é uma política tributária em que as taxas de imposto aumentam conforme a riqueza acumulada. A ideia é que indivíduos e famílias com maiores patrimônios contribuam proporcionalmente mais para o financiamento de serviços públicos e programas sociais.

Na proposta apresentada, a Tax Justice Network sugere alíquotas que variam entre 1,7% e 3,5%, dependendo do valor total da fortuna. A medida se concentraria nos 0,5% mais ricos da população, cuja riqueza combinada representa uma fatia significativa da economia global. O objetivo é gerar recursos adicionais para o financiamento de políticas públicas, incluindo saúde, educação e infraestrutura sustentável.

 

Taxação de Grandes Fortunas no Contexto Global

A discussão sobre a taxação dos super-ricos não é exclusiva do Brasil. Diversos países têm adotado ou discutido políticas semelhantes para aumentar a arrecadação de impostos e reduzir a desigualdade de renda. Na Europa, por exemplo, a Espanha implementou um modelo de tributação sobre grandes fortunas, que serviu como inspiração para a proposta apresentada no estudo da Tax Justice Network.

Nos Estados Unidos, a ideia também vem ganhando espaço. Propostas para taxar os bilionários foram apresentadas por legisladores progressistas, argumentando que os mais ricos deveriam pagar uma parcela maior de impostos para financiar programas sociais e de infraestrutura.

 

Potenciais Benefícios para o Brasil

Implementar uma taxação sobre grandes fortunas no Brasil poderia trazer diversos benefícios para o país:

1. Aumento da Arrecadação
Com uma arrecadação anual estimada em R$ 260 bilhões, os recursos obtidos com a taxação dos super-ricos poderiam ser destinados a diversas áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura. Esse valor representa cerca de 7% do orçamento anual do governo federal, o que poderia ter um impacto significativo na melhoria de serviços públicos e no desenvolvimento econômico.

2. Redução da Desigualdade
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de renda no mundo. A implementação de um imposto sobre grandes fortunas poderia ajudar a reduzir essa disparidade, redistribuindo parte da riqueza concentrada no topo da pirâmide social. Além disso, a medida contribuiria para uma maior justiça fiscal, com os mais ricos pagando uma parcela mais justa de impostos.

3. Financiamento de Políticas Climáticas
Os recursos adicionais também poderiam ser utilizados para financiar iniciativas de combate às mudanças climáticas. Conforme o estudo, a arrecadação obtida globalmente com a taxação dos super-ricos poderia ser suficiente para dobrar o montante necessário para o financiamento climático dos países em desenvolvimento. Para o Brasil, isso significaria um reforço no financiamento de projetos de energia renovável, reflorestamento e outras medidas ambientais.

 

Os Desafios e Resistências à Proposta

Apesar dos benefícios potenciais, a implementação de uma taxação sobre grandes fortunas enfrenta desafios significativos. Uma das principais barreiras é a resistência política e econômica por parte de indivíduos e setores que seriam afetados pela medida. No Brasil, a taxação de grandes fortunas é um tema sensível, e propostas similares já foram rejeitadas no passado.

Outro desafio é a possível fuga de capitais. Alguns críticos argumentam que a implementação de um imposto sobre grandes fortunas poderia incentivar os mais ricos a transferirem seus ativos para outros países com regimes tributários mais favoráveis. Para mitigar esse risco, seria necessário adotar medidas complementares, como controle de capitais e cooperação internacional para evitar a evasão fiscal.

 

Medidas Complementares para o Sucesso da Política

Para garantir a eficácia da taxação progressiva sobre grandes fortunas, algumas medidas complementares poderiam ser adotadas:

 

a. Combate à Evasão Fiscal
É essencial que o governo invista em mecanismos de fiscalização e controle para evitar a evasão fiscal. A colaboração com outros países e a implementação de acordos de troca de informações fiscais são estratégias que podem ajudar a identificar e tributar fortunas mantidas no exterior.

b. Uso Transparente dos Recursos Arrecadados
Para ganhar apoio popular e minimizar a resistência à medida, é importante que os recursos arrecadados sejam utilizados de forma transparente e eficiente. A destinação dos fundos para áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura, deve ser clara para que a população perceba os benefícios da nova política.

c. Ajustes na Legislação Tributária
Além da taxação sobre grandes fortunas, o governo pode considerar outras reformas na legislação tributária para aumentar a progressividade do sistema. Isso incluiria a revisão de impostos sobre renda e patrimônio, de forma a garantir que os mais ricos paguem uma parcela justa de impostos.

 

Considerações finais

A proposta de taxar os super-ricos no Brasil representa uma oportunidade significativa para aumentar a arrecadação de impostos e promover maior justiça social e fiscal. Embora existam desafios para sua implementação, as experiências internacionais mostram que a medida pode ser eficaz quando acompanhada de políticas complementares para evitar a evasão fiscal e garantir a utilização adequada dos recursos.

 

Fonte: seucreditodigital

 

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